GUNS & ROSES
PAVILHÃO ATLÂNTICO
6 de OUTUBRO DE 2010
Dia 6 de Outubro, 20h30, já se formavam filas frente às diferentes entradas do pavilhão atlântico. Motivo, os Guns N’ Roses, lenda viva do rock dos anos 90, actuava nessa noite.
Os lugares livres eram poucos e, nos milhares de espectadores presentes a expectativa e entusiasmo eram visiveis.
Ao longo dos últimos anos, o interregno dos Guns e a carreira a solo do vocalista Axl Rose causaram algum desânimo, desilusão até - quem não se lembra de Axl de tranças, vários quilos a mais e postura arrastada que tantas criticas suscitou aquando da sua actuação no rock in rio Lisboa em 2006 – Mas nem isso evitou que uma multidão tenha acorrido ao concerto destes históricos do rock.
20h30, Sobe ao palco Sebastian Bach, ex homem forte dos Skid Row, convidado para fazer a primeira parte do espectáculo. Com 25 anos de carreira, esta foi a primeira presença em portugal deste músico que se assume como totalmente desligado da banda que o celebrizou.
Talvez prevendo o natural atraso de Axl e companhia, Sebastian Bach teve oportunidade de actuar durante 90 minutos, caso raro quando falamos de uma banda de abertura. Com uma energia contagiante, Sebastian não parou um instante, presenteando a plateia com o seu glam rock agradável mas algo datado.
Numa espécie de recuo aos anos 90, desfilaram no palco diversos temas dos albuns a solo de Sebastian Bach, a par com 5 temas dos Skid Row e, feitas as contas, foram os temas da banda que o celebrizou que maior receptividade arrancaram do público ali presente.
“Lisboa hoje é a capital do rock”, foram as palavras de ordem de Sebastian Bach que, acompanhado por uma banda competente, animou a plateia que ansiava pela entrada em palco dos seus idolos.
Uma hora e meia de atraso foi, mais uma vez, o selo de garantia dos Guns que ao longo dos anos têm vindo a habituar o seu público a esperas verdadeiramente intermináveis e, esta vez não foi excepção.
Mas pior do que a longa espera pelo concerto foi a excessiva duração do mesmo, causadora de algum cansaço visível por parte da plateia, sobretudo porque a energia em palco não foi constante, longe disso.
O concerto começou bem com o tema “Chinese Democracy” que dá nome ao último albúm da banda e assim continuou por algum tempo, com canções como “Welcome to the jungle”,” its so easy” ou “live and let die”, apresentando um excelente equilibrio entre as baladas e os temas mais rockeiros, mas acabou por se perder num exagero de solos e versões de temas, desde james bond à pantera cor de rosa, que puseram em causa o ritmo da actuação e sugaram a energia do público que ansiava pelos temas históricos da banda. A bem da verdade, somente temas como Welcome to the Jungle" , "Sweet Child O' Mine", "Knockin' On Heaven's Door" ou "November Rain" ou “Paradise City”arrancaram da plateia a euforia que seria previsível.
Sem Slash, a banda cumpriu, foi eficaz, mas faltou-lhe magia, talvez devido a algum saudosismo que o génio da guitarra nos deixou. É de facto, uma tarefa ingrata a de substituir um dos maiores e mais carismáticos guitarristas de sempre, Richard Fortus, Ron "Bumblefoot" Thal e DJ Ashba fizeram, e bem, o que podiam, mas sabe sempre a pouco.
Em forma, com a voz e a irreverência de sempre, Axl Rose foi, naturalmente a estrela da companhia e, estrela que é estrela, tem um guarda roupa à altura. Foram 9 vezes bem contadas as que Axl mudou de vestimenta, exibindo uma invejável colecção de casacos e chapéus e enchendo a sala com o seu carisma e postura inconfundível que nos fez esquecer o Axl de 2006.
Mas nem só de música viveu este concerto, que se revelou um verdadeiro espectáculo de pirotecnia, cor e muita luz e que, perdoem-me a repetição, só pecou por execesso de horas. O final, que tudo tinha para ser apoteótico – O incontornável paradise city e um show de fogo de artifício - acabou por sair prejudicado pelo cansaço acumulado na assistência, sendo que muita gente já tinha até saido do recinto antes do fim do concerto.
Boa música, boa execução, o Axl dos velhos tempos e um espectáculo visual digno de um concerto de estádio foram deitados a perder por uma actuação demasiado mastigada. Por vezes, simple is beauty.
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Guns & Roses
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Jornalista: Ana Palmeiro
Fotos: Rúben Viegas