SUEDE
COLISEU DE LISBOA
7 de Novembro de 2013
“Beautiful ones” dão grande concerto para pouco público. Best of de devoção.
Coliseu dos Recreios de Lisboa, de encontro marcado com os anos 90. Após dez anos sem editar, os britânicos Suede, banda porta estandarte do brit pop, com tudo o que de melódico e sensual acarreta, trouxeram a Portugal o novo álbum, Bloodsports. Mas não foi só. Mostraram a excelente forma em que estão, num concerto pouco concorrido (nem meio Coliseu com uma plateia longe de esgotada) mas que, ao longo de 19 canções, provou que os Suede reencontraram em 2013, a força do século passado.
No alinhamento do espetáculo, ouviram-se temas de toda a carreira, com exceção ao álbum “The New Morning”, de 2002. Uma noite vencedora, que no final deixou satisfeitos os fãs sedentos de tempos que já lá vão mas que também deixou patente que este novo disco não se trata de uma reunião às pressas, pelo contrário, um novo e vitaminado fôlego, de uma banda que está aí para as curvas. Os Suede querem ser jovens para sempre e quem lá esteve provou do elixir.
O pontapé de partida foi dado pelo hipnótico “Pantomine Horse” (1993), seguido de imediato pelos 3 temas, com que abre o novo disco (“Barriers”, “Snowblind” e It Starts and Ends With You”). Só o início, mostrou o que já se sabia. Brett Anderson continua um frontman por excelência e quem, sem sombra de dúvida, detém o titulo do vocalista que melhor manobra um microfone no ar. Animal de palco, Anderson canta, dança e seduz, sempre bem apoiado pelo restantes comparsas, Neil Codling, Mat Osman, Simon Gilbert e Richard Oakes. Mas foi dele a noite, que ao longo das quase duas horas, pareceu retirar em dobro do público, aquilo que estava a enviar. E foi muito o que enviou.
Com “Film Star” (1996) aconteceu a primeira, de várias incursões do vocalista ao meio do público. Seguiram-se “Trash” (1996) com uma das grande ovações da noite, “Animal Nitrate” (1993), “We Are The Pigs” (1994), “Sometimes I Feel I`ll Float Away (2013), By The Sea (1996) e “The Drowners”, primeiro single da carreira, em 1992. “Cant Get Enough (1998) voltou a acelerar os ânimos, para depois viver-se um momento mais calmo com “The 2 of Us” (1994), “Another No One” (1996) e “For The Strangers” (2013).
Na reta final mais ovações, respondidas com um sorriso contagiante de Brett Anderson e com uma camisa com os botões cada vez mais abertos, resultado de tantas “balas” de devoção, com que foi sendo atingido ao longo da noite.
“So Young” e “Metal Mickey” ambas de 1993, fecharam o menu antes do encore. No regresso uma versão acústica e bem diferente de “She`s In Fashion” (1998) e a apoteose com “Beautiful Ones” (1996).
Um Coliseu ao rubro, que até pareceu cheio.
{gallery}FotoReportagens/2013/Suede_7Nov_ColiseuLX{/gallery}
Texto: Tânia Gaspar
Fotografia: Cátia Barbosa