
26 de Novembro - Incrível Almadense
27 de Novembro - Hard Club
Abertura de Portas - 20h00
Inicio do Espectáculo - 21H00
KATATONIA - MY TWIN
Os KATATONIA cresceram imenso desde que mostraram o seu black/doom de contornos góticos ao underground, transformando-se numa das propostas mais fascinantes e únicas surgidas do boom underground do início da década de 90. Evoluíram para tão longe das suas raízes e o que fazem é tão próprio que, actualmente, só há mesmo uma palavra para descrever o que fazem – KATATONIA. Fala-se neles e vêm de imediato à cabeça aqueles leads melancólicos, carregados de camadas de delay, a herança shoegaze; a parede de guitarras distorcidas, a secção rítmica incrivelmente coesa, quase maquinal; a voz embargada de Jonas Renkse e os enormes refrões, revelando uma sensibilidade melódica irresistível. É precisamente essa a imagem sonora que vão pintar, em tons mentais de cinzento, numa data-dupla em salas fechadas que sucede à actuação no Vagos Open Air do ano passado. A 26 de Novembro da Incrível Almadense e, a 27 de Novembro, no novíssimo Hard Club.
Coisa cada vez mais rara no mundo da música pesada, os suecos KATATONIA parecem ter uma capacidade inata para escrever grandes canções – no verdadeiro sentido da palavra. «Teargas», «Criminals», «Ghost Of The Sun», «I Am Nothing», «Deadhouse», «Evidence», «I Break», «For My Demons», «Sweet Nurse» – a lista de temas, daqueles que se colam ao córtex cerebral para nunca mais o voltarem a largar, emoções à flor da pele e melancolia latente em todo o seu esplendor, não é difícil de fazer a partir do fundo de catálogo do colectivo sueco. «Night Is The New Day», um dos dez melhores discos de 2009 para a revista LOUD!, não é excepção à regra e mostrou ao mundo uma banda ainda mais entregue à melancolia urbana que tem dominado grande parte da sua já longa carreira. Uma proposta mais expansiva, mais agressiva e, simultaneamente, progressiva, sem que a sua identidade saia beliscada.
BIOGRAFIA KATATONIAFormação:Jonas Renkse - VozAnders Nyström GuitarraPer Eriksson - GuitarraNiklas Sandin - BaixoDaniel Liljekvist - Bateria
Os Katatonia são uma banda sueca, criada por Anders Nyström e Jonas Renkse em 1991. Mais de um ano de composição e ensaios depois, disponibilizam a primeira gravação, «Jhva Elohim Meth», produzida por Dan Swanö. A demo revelou-se um sucesso a nível underground, foi reeditada como «Jhva Elohim Meth... The Revival» em CD e o duo, com a ajuda do baixista Guillaume Le Huche, dá o primeiro concerto nesse ano – assinando de seguida um contrato para a edição do primeiro álbum com a emergente No Fashion Records. Ainda com Renkse a acumular as funções de vocalista e baterista, «Dance Of December Souls», produzido pela própria banda em parceria com Swanö, é editado em Dezembro de 1993. Os tiques black metal de antigamente desapareciam completamente, com os músicos a explorarem a fundo a melancolia e as melodias épicas que eram apenas um adereço no passado. O atrevimento artístico valeu-lhes aplausos e, inspirados pelo consenso, gravam a colossal «Scarlet Heavens» – que seria editada, uns anos depois, num 10” dividido com os irlandeses Primordial. Pelo meio fica a abordagem mais directa, em alguns casos muito perto do goth rock, do EP «For Funerals To Come» (de 1995) e de dois temas, «Black Erotica» e «Love Of The Swan», disponibilizados numa compilação. A incapacidade de manter uma formação completa começava a frustrar os músicos que, por breves instantes, decidem seguir caminhos separados. Nyström cria então os Diabolical Masquerade e Renkse forma os October Tide e conhece o guitarrista Fredrik Norrman. Cientes do potencial dos Katatonia, os três reavivam o grupo em 1996 e, sem um único tema escrito, entram novamente nos estúdios Unisound. «Brave Murder Day», o resultado de duas semanas de gravações “sem rede”, é um dos melhores exemplos de sempre de como redefinir a personalidade de uma banda. Mais simples e directos ao assunto, mais emocionais, ainda mais negros e com Mikael Åkerfeldt (dos Opeth) na voz, os Katatonia gravaram um álbum – e também um EP, «Sounds Of Decay» - que influenciou toda uma geração de doomsters apostados em capturar aquele sentimento tão tipicamente sueco de melancolia.
Começou aí uma sequência de discos incontornáveis; um percurso sempre em crescendo, que deu o último passo na sua evolução há menos de um ano. Foi, no entanto, com o lançamento de «Discouraged Ones», em 1998, que o grupo estabeleceu o ponto de arranque para a identidade que tem hoje. Com Renkse de volta ao microfone, assumindo finalmente a sua voz limpa, o trio (acompanhado por Mikael Oretoft no baixo), começa a revelar a sua capacidade para a escrita de linhas orelhudas, que se agarram à memória do ouvinte. Apenas um ano depois, mergulhando ainda mais a fundo na melodia assente em estruturas mais próximas do rock, «Tonight's Decision» (gravado com Dan Swanö sentado na cadeira de produtor e atrás da bateria) eleva-os a um patamar mais alto em termos de exposição e marca a primeira colaboração com a reputada Peaceville Records. O álbum seguinte, «Last Fair Deal Gone Down», de 2001, é outro álbum decisivo – por várias razões. 1) Marca a estreia da formação mais estável de sempre da banda; Renkse na voz, Nyström e Fredrik Norrman nas guitarras, Mattias Norrman no baixo e Daniel Liljekvist na bateria. 2) Revelou coragem suficiente para, nove anos depois, ainda soar com um dos registos mais experimentais que alguma vez gravaram. 3) Abraçou, pela primeira vez, a estética urbano-depressiva que não voltaram a abandonar desde aí. 4) Abriu caminho para uma sequência de discos essenciais, mais baseados no peso dos riffs e na força dos refrões, formada por «Viva Emptiness» (de 2003, o disco que os trouxe pela primeira vez a Portugal) e «The Great Cold Distance» (de 2006). Sabendo exactamente como manter a atenção do seu público, através de tours extensas e concertos esporádicos, da edição de singles, EPs e compilações ou da participação em super-grupos como os Bloodbath, os Katatonia mantiveram o regime de três anos entre gravações. «Night Is The New Day», composto maioritariamente por Renkse e não por Nyström, como tinha sido hábito até então, chegou às lojas em 2009 e equilibrou o peso dos dois últimos discos com a atitude mais expansiva de «Last Fair Deal Gone Down». O oitavo álbum dos Katatonia revelou-se mais um enorme sucesso junto do público e da crítica, dando origem à edição do EP «The Longest Year» e, já depois do abandono dos irmãos Norrman, a uma digressão totalmente esgotada com Per Eriksson na segunda guitarrista e Niklas Sandin no baixo.
Press Release: Prime Artists