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Num final de dia veraneante, muitos eram os jovens que faziam fila algumas horas antes da abertura de portas do ringue tauromáquico. Já à noite, o Campo Pequeno quase esgotado foi palco da segunda vinda dos Royal Blood a Portugal no presente ano, depois de terem feito parte do festival NOS Alive e almejando um dos melhores concertos do certame.

Com fios de luzes pendurados a percorrer todo o palco, dando a perceção de estarmos dentro de um cubo só deles e com a presença ocasional de 2 coristas a acompanha-los, o rock puro fez-se acontecer com Mike Kerr nos vocais e baixo repleto de efeitos sonoridades agressivas, e por Ben Tatcher na bateria, este considerado um dos mais exímios nesta percussão na actualidade.

Com um repertório em palco que conjuga os álbuns com nome homónimo e ‘How Did We Get So Dark’ (lançado este ano) numa plausível e mais que capaz lista de singles da primeira à última música, o duo inglês formado em Brighton não deu descanso a quem apareceu. Riffs que nos fizeram abanar a cabeça simultaneamente e air drums a quem teria um pouco mais de espaço, tanto na plateia como na bancada foi uma constante. Picos de mosh como à muito não via, por entre a plateia fizeram os clichês de quem nos visita para atuar vir ao de cima, com Mike Kerr uma vez mais a glorificar o público português e o nosso país como o melhor de todos… e que sempre assim foi aquando das suas visitas.

Poderíamos aqui falar detalhadamente de cada musica que nos apresentaram no setlist, mas a constante boa performance foi tal e o ritmo tão eletrizante e intenso (não há espaços para dramas e baladas no curriculum vitae da banda), que o destaque fora do contexto foram as suas auto apresentações ao público com alguns solos de encher o coração dos presentes, tornando-se até épicas as figuras de Mike Kerr num palco superior com as luzes lhe direcionadas a virem de baixo da sua pessoa, e de Ben Tatcher no público elevando-se acima das barras de segurança em modo de agradecimento, propício para as melhores fotos da noite a quem foi possível.

Os Royal Blood foram já premiados com vários feitos na sua carreira, entre os quais de melhor banda ao vivo em 2015 e a cada visita no nosso país, são um facto consumado que dão espetáculo, assim como, tem um público fiel que não os desilude, como se pode comprovar a quem esteve presente.

Alinhamento:

How Did We Get So Dark?
Where Are You Now?
Lights Out
Come on Over
You Can Be So Cruel
I Only Lie When I Love You
She's Creeping
Little Monster
Hook, Line & Sinker
Blood Hands
Don't Tell (Live debut)
Hole in Your Heart
Loose Change
Figure It Out

Encore:
Ten Tonne Skeleton
Out of the Black

 BLACKHONEY

Texto: Jorge Mestre

Fotografia: Rúben Viegas