NOS Alive'15
Dia 2 (10 de Julho)
Blasted Mechanism
Os portugueses abriram o palco NOS sendo já um habitué a sua presença neste festival. Com os renovados fatos e a energia contagiante, não são no entanto a banda de outrora que fazia saltar-nos do primeiro ao último minuto. Com sonoridades mais agressivas, não deixam o tribalismo de parte sendo iguais a si próprios num passado mais recente.
Marmozets
Apesar de serem das bandas com a idade mais reduzida do certame, logo se mostraram com o vozeirão de Becca Macintyre a acordar o público que estava no palco maior do festival. Com algumas nuances a fazer relembrar os Paramore, Marmozets deram um valente concerto a que ninguém ficou indiferente, nem que fosse pelo frenético jogo de cintura da vocalista e presença em palco. Com o recente álbum ‘The Weird and Wonderful Marmozets’ na bagagem, arrancaram valentes aplausos dos presentes.
Bleachers
Das bandas mais aguardadas hoje no palco Heineken, os Bleachers entraram com o gás todo e agarraram o público desde o primeiro minuto. Incentivados por um público jovem, Jack Antonoff (Fun e Steel Train) deu um dos melhores concertos desde palco até ao momento. I Wanna Get Better do album ‘Strange Desire’ foi o pico alto.
Mumford & Sons
São do tipo de bandas que foram feitas para palcos grandes, isso é inegável. Com faces visivelmente cansadas desde início, não foi desculpa para darem um dos melhores concertos do NOS Alive deste ano, na opinião de muitos. Apesar das músicas do ‘Wilder Mind’ serem bem apreciadas no público, são as dos antigos álbuns com o banjo bem presente, que tornam o recinto numa gigante pista de dança, como os próprios pedem que assim o seja. Irrepreensíveis a nível instrumental e na voz de Marcus Mumford, muitos foram os momentos de êxtase (interação com o público das primeiras filas e direito a tradutor pessoal - leia-se fã - em palco) e outros foram os de se ver muitos casais em romanticamente unidos com uma banda sonora que assim proporcionava (Hot Gates, Lover's Eye e Awake My Soul). Um pouco mais de uma hora, que pecou por ter sido tão escasso. I Will Wait, Little Lion Man e Believe entre outras deliciaram todos por completo.
The Prodigy
Mostraram aos mais novos como se faz e que ainda cá estão para mostrar como se faz maravilhas ao vivo. Não temeram de começar com os maiores singles Breathe, Omen e Firestarter e o resultado foi terem o público a seus pés desde o primeiro momento, formando-se uma selva eletrizante entre os presentes. Ninguém conseguiu ficar indiferente à energia que transbordava do palco com Keith Flint e Maxim como maestros sendo o ponto alto Smack My Bitch Up em que toda a área do palco NOS, saltava como ainda não se tinha visto durante os primeiros dias.
Sheppard
Os heróis do Geronimo não são nada mais que isso, apesar do bom esforço. O light pop dos australianos não passou de isso mesmo. Muito leves e de ânimo brando, não conseguiram manter o ainda pouco público focado em longa cabeleira azul de Amy Sheppard. Focados no seu álbum de estreia ‘Bombs Away’ de 2014, apenas foi o mega-hit universal Geronimo que fez com que houvesse alguma agitação entre os presentes.
Texto: Jorge Mestre
Fotografia: Rúben Viegas