Ruben Viegas

Ruben Viegas

sexta, 07 julho 2017 12:45

VOA FEST 2017 - Dias 5 e 6 Agosto

"Onze novos nomes adicionados ao cartaz. Alinhamento do Palco LOUD! Revelado"
 
VOA – Heavy Rock Festival vai estar uma vez mais de regresso ao Parque Urbano Quinta de Marialva, em Corroios, nos dias 4, 5 e 6 de Agosto, sendo que a edição de 2017 apresenta diversas novidades na programação do festival. Entre as principais conta-se, pela primeira vez e a aproveitar o crescimento do evento para três dias, a inclusão de um segundo palco, que conta com curadoria da revista LOUD!. Do rock'nroll selvagem dos THE BLACK WIZARDS ao misterioso híbrido death/black metal dos THE OMINOUS CIRCLE, passando ainda pelo heavy metal com garra dos CRUZ DE FERRO, pelo peso contemporâneo dos ADAMANTINE, pelo obscurantismo dos NÉVOA, pelas atmosferas desafiantes dos EARTH DRIVE, pela agressividade cerebral dos DON'T DISTURB MY CIRCLES, pelo death/grind letal dos incontornáveis GROG e também pelo crossover pujante dos RASGO, a mais antiga e resiliente publicação mensal dedicada aos sons pesados em território nacional promete transformar este espaço numa mostra do que de melhor se tem produzido por cá nos últimos anos.
 
Como se isso só não bastasse, às onze bandas já previamente anunciadas para o palco principal, juntam-se agora mais dois nomes de respeito; a saber, THE CHARM THE FURY e PROCESS OF GUILT. Se estes últimos são sobejamente conhecidos do público luso, sendo hoje vistos como um dos mais brilhantes porta-estandartes do extremismo nacional mais lento, monolítico e pintado em tons bem negros, os primeiros poderão perfeitamente transformar-se numa das grandes sensações da edição de 2017 do VOA – Heavy Rock Festival. Liderados pela indomável Caroline Westendorp, o quinteto holandês tem vindo a afirmar-se como um nome a ter em conta no espectro do metal ultra-moderno e acaba de editar o segundo longa-duração, com título «The Sick, Dumb & Happy», que marca a estreia dos THE CHARM THE FURY através da gigantesca Nuclear Blast e promete, desde já, transformá-los numa das propostas mais badaladas do Verão que se avizinha. Quem tem também um portentoso novo álbum na calha e pronto a ser editado são precisamente os PROCESS OF GUILT, sendo que esta passagem dos lisboetas pelo palco do Parque Urbano Quinta de Marialva, em Corroios, será uma ótima oportunidade para conferir todo o poderio sonoro de «Black Earth», o muito aguardado sucessor do elogiado «FÆMIN».
 
cartaz do VOA – Heavy Rock Festival – que decorre, nos dias 4, 5 e 6 de Agosto – conta também com a participação dos já anunciados APOCALYPTICA, TRIVIUM, EPICA, THE DILLINGER ESCAPE PLAN, INSOMNIUM, DEATH ANGEL, OBITUARY, KILLUS, CHILDRAIN, COLOSSO e TERROR EMPIRE. Os últimos nomes serão anunciados brevemente.
 
Quatro anos depois de, em 2013, terem apanhado muito boa gente de surpresa com o lançamento do disco de estreia «A Shade Of My Former Self» através da independente francesa Listenable Records, os holandeses The Charm The Fury aumentaram em muito a qualidade do seu “jogo”. Dominado por um registo agressivo impulsionado pelo desdém que os elementos da banda nutrem pelo estado calamitoso do planeta em que vivemos no Séc. XXI, apoiado numa inteligência feroz e num sincero desejo de libertar as massas do torpor em que vivem, a novidade «The Sick, Dumb & Happy» afirma-se como uma potente declaração de intenções na forma como pretende trazer um novo fôlego ao mundo da música pesada. Temas como os singles «Down On The Ropes» ou «Echoes» surgem assentes numa fórmula de metal ultra-moderno e distinto, carregado de balanço e melodia, redefinindo o som do quinteto à luz do crescimento que sofreu desde que, corria o ano de 2010, se juntaram para fazer música. Revelando um crescimento exponencial, em 2017 os The Charm The Fury mostram-se um coletivo no auge dos seus poderes, impulsionado por uma paixão imensa para fazer música que vai direta à jugular e que exige headbanging furioso por parte da sua audiência. À frente do projeto está a indomável Caroline Westendorp, senhora de um registo vocal ultra-dinâmico, capaz de ir do canto melódico a um forte rugido gutural numa questão de segundos, que se afirma como mais uma prova de que uma vocalista feminina no mundo do metal pode ser muito mais que apenas uma ferramenta do marketing para satisfazer as massas.
 
Tendo aperfeiçoado a sua expressão musical distinta e inimitável ao longo de um caminho que abrange já uma carreira de quinze anos, os Process Of Guilt são atualmente uma das principais forças motrizes no underground português. Entregando riffs massivos e pesados apoiados numa secção rítmica punitivamente precisa, quase-industrial, a banda lisboeta possui uma intensidade única que atrai ouvintes de um amplo espectro de géneros e sub-géneros da música extrema. Amplamente experimentados quando se trata de tocar ao vivo – tendo partilhado palcos com bandas de nomeada como Godflesh, Cult of Luna ou Napalm Death – as suas performances são exibições puras de ferocidade, que não deixam ninguém indiferente. Com o lançamento de seu terceiro longa-duração «FÆMIN», em 2012, o quarteto formado por Hugo Santos, Nuno David, Custódio Rato e Gonçalo Correia deu finalmente o há muito merecido salto para o reconhecimento internacional – o álbum sucessor de «Erosion» e «Renounce» valeu-lhes duas digressões europeias como cabeças-de-cartaz e um cobiçado slot na edição de 2013 do festival Roadburn, onde atuaram perante uma multidão totalmente rendida à descarga monolítica do quarteto nacional. Já após a edição de um split com os suíços Rorcal, há dois anos, 2017 marca o regresso dos músicos aos discos de longa-duração, com o colossal «Black Earth» a capturar uma vez mais as vibrações orgânicas e industriais já presentes em «FÆMIN» e desenvolvendo-as ainda mais na construção de uma besta hipnótica de proporções gigantescas.
 
Os bilhetes custam 65 euros (passe três dias) e 35 euros (bilhete diário), à venda nos locais habituais.
 
 
Site oficial do festival: http://voa.rocks
Press Release: Prime Artists

Bilhetes à venda nos seguintes locais:

Clockwork Store - Lisboa
Glamorama Rockshop - Lisboa
Villa Tattoo Club - Almada
Loja Cenas - Leiria
Piranha - Loja de Música - Porto
Bunker Store - Porto
UNKIND.pt - VENDA ONLINE APENAS ATÉ SÁBADO, 1 DE JULHO!

HORÁRIOS


- 19.30h - Abertura de bilheteira
- 20.00h - Abertura de portas
- 21.00h - Inicio do espectáculo
- 23.45h - Final do espectáculo 
BILHETES EM PRÉ VENDA: 25€
BILHETES NO DIA: 30€


Todas as informações sobre horários, postos de venda etc podem ser consultados no evento: Route Resurrection: Anthrax / Mindtaker (Corroios)!

Mais informações: http://www.hellxis.com/

Cartaz Horarios NOS Alive17

O cartaz da 11.ª edição do NOS Alive já se encontra fechado e os festivaleiros já podem preparar a sua agenda para aproveitarem ao máximo os três dias do festival. São 39 horas de muita música e animação dividida por sete palcos, ao longo de três dias. É preciso preparar bem a agenda para garantir que se consegue assistir ao maior número de espetáculos pretendidos. 

​Aos nomes já anunciados juntam-se LOT para fechar o alinhamento do palco Heineken, dia 07 de julho. Depois de em 2016 se terem apresentado ao mundo com uma nova sonoridade -  que junta a esfera eletrónica de batidas fortes, e a melodia cantada, que nos entra no ouvido e fala para o coração - LOT é o projecto de Pedro Sacchetti, José Evangelista e Rui Rodrigues. A banda junta-se no cartaz ao alinhamento de dia 07 de julho no Palco Heineken.

O NOS Alive’17 é um dos principais responsáveis pela entrada de bandas emergentes no cenário musical atual e nesta edição volta a ser exemplo disso. Este ano juntam-se ao cartaz os dois vencedores do EDP Live Bands. A edição Portuguesa leva ao festival os Plastic People, dia 08 de julho, e a versão brasileira a banda do Rio Grande do Sul, Gelpi, que atuam no primeiro dia. Já o reconhecido Festival Termómetro apurou os Eden Lewis, que atuam no NOS Alive no dia 07 de julho. Também o concurso de bandas de garagem Oeiras Band Sessions deu aos Monstro a possibilidade de atuar no último dia do festival. Espanha também se faz representar no NOS Alive com uma banda emergente, desta feita os Veintiuno que são responsáveis por abrir o Palco Heineken dia 06 de julho.

A 11.ª edição do NOS Alive, que decorre no Passeio Marítimo de Algés nos próximos dias 06, 07 e 08 de julho, imprimiu um capítulo na história dos festivais em Portugal ao esgotar os bilhetes diários e os passes de três dias a mais de três meses da abertura de portas.

Descarregar programa em alta resolução aqui

 

06, 07 e 08 de julho de 2017
PASSEIO MARÍTIMO DE ALGÉS (OEIRAS)
ESGOTADO

Press Release: Everything is New

 

 

JESSY LANZA, BATIDA, KARLON, NILES MAVIS, WACK, RITA & O REVÓLVER, ANTONIO BASTOS E CARLOS CARDOSO DIA 06 DE JULHO NO PALCO NOS CLUBBING

NOS Alive17 Clubbing 6Julho

Dia 06 de julho o Palco NOS Clubbing recebe um cartaz de peso com Jessy Lanza, Batida, Karlon, Niles Mavis, Wack, Rita & O Revólver, Antonio Bastos e Carlos Cardoso. A curadoria esteve a cargo do radialista e diretor da rádio Oxigénio Carlos Cardoso, garantidamente um dos responsáveis pela entrada de grandes nomes da música no circuito das rádios em Portugal. O alinhamento proposto para o primeiro dia do NOS Alive’17 viaja pelas sonoridades vanguardistas do hip-hop, da soul e da eletrónica.

Rita & O Revólver é a banda que abre o Palco NOS Clubbing nesta 11.ª edição. Atualmente a preparar um EP que antecede o CD de estreia, a banda reúne a voz soul da atriz Rita Cruz, Rui Alves (bateria), Tiago Santos (guitarra), José Moz Carrapa (baixo), João Cardoso (teclados), e Hugo Menezes (percussões). Dos blues de Leadbelly à soul de Marvin Gaye, Curtis Mayfield ao ritmo hipnótico do afro-funk, a banda junta versões e originais em português cujos temas abordam a luta dos povos e das minorias, sempre envolvidos no ritmo do funk, soul e grooves afro- latinos. A mistura é explosiva e a cantiga é uma arma, mas com a Rita & O Revólver também se dança.

Em palco segue-se Wack, o quinteto que junta a musicalidade do jazz, à groove do funk e à força do hip-hop. Wack é uma palavra “hiphopiana” para algo mau ou sem qualidade. Para os Wack, ser Wack é um refúgio para poder criar música sem limites, obrigações ou juízos de valor. São já três os EPs que constroem a carreira deste grupo que junta músicos jazz a artistas hip-hop. Vencedor dois anos consecutivos do Dance Club Awards na categoria melhor DJ de hip-hop, Niles Mavis, é o próximo em palco. Desde que descobriu a arte dos pratos e do scratch, já colaborou com nomes como Micro, Bulllet, Dealema, The Legendary Tiger Man, Rodney P, Ruste Juxx, Anthony B, Sam The Kid, Buraka Som Sistema, Balla, Ollea Teeba (Ninja Tune), A-Trak,Dj Carze e Curtis Blow. Já passou por importantes palcos mundiais, esteve em digressão com um dos mais sonantes MCs londrinos Ty e atuou no Coliseu de Lisboa e do Porto com os respeitados gigantes da musica De La Soul. Com muitos projetos a caminho Niles aka Sr. Alfaiate promete não deixar dúvidas que a evolução faz parte da sua vida.

Para apresentar o novo registo de originais sobe a palco o MC Karlon. “Passaporti”, é o novo trabalho do músico e compositor, pioneiro do hip-hop crioulo em Portugal, tendo fundado em 1994 o grupo Nigga Poison (duo formado com Praga). O terceiro trabalho de estúdio leva-o às raízes, juntando os sons cabo-verdianos que ouvia em casa (morna, coladera, funaná) e os beats do rap com que se desenvolveu desde os 12 anos, nas Ruas da Pedreira dos Húngaros. "Passaporti” inclui participações de Chullage, Maria Tavares, Valete, Carlos Martins no Saxofone, Bdjoy nas congas, Scratch a cargo do DJ X-Acto, Ary César na Guitarra e Ary (Blasted Mechanism) nos sintetizadores. A produção de todas as faixas ficou a cargo do Charlie Beats, exceção do tema “Nha rosa” produzido por Igor Santos.

Do Canadá chega Jessy Lanza, produtora e cantora de Hamilton, Ontário. O seu disco de estreia, “Pull My Hair Back”, gravado em parceria com Jeremy Greenspan, dos Junior Boys, foi amplamente elogiado por títulos como The Guardian, Times e Pitchfork. Ao NOS Alive’17 a artista traz o seu mais recente longa-duração, “'Oh No”, editado em 2016. Lanza viu o primeiro single do último trabalho de originais, “'It Means I Love You”, escolhido para “Best New Music” pela Pitchfork. Jessy Lanza já realizou digressões mundiais ao lado de nomes como Cut Copy, Caribou e Junior Boys.

Para não deixar arrefecer a noite sobe a palco Antonio Bastos. Antonio Bastos é músico, compositor, produtor. Músico desde que nasceu, com forte formação em jazz, percussão, novas tecnologias e clássica, a sua música esteve presente com diferentes formações em alguns dos principais palcos, clubs e eventos a volta do mundo (Espanha, França, Bélgica, Áustria, Itália, Suíça, Turquia, Alemanha, Estados Unidos). Antonio Bastos tem um currículo muito extenso como produtor tendo (também como Johnwaynes) editado pelas mais prestigiadas editoras do mundo. Antonio Bastos em concerto, apresenta todas as suas experiências e influências onde as emoções viajam entre a eletrónica intimista, jazz, clássica, música do mundo e o house.  Para o NOS Alive’17 Antonio preparou um concerto especial onde convidou o multi-instrumentista Paulo Bastos da música do mundo que vem mostrar que a tradição já não é o que era.

De seguida o Palco NOS Clubbing recebe Batida. Batida é o nome com que Pedro Coquenão assina o que faz. Nascido no Huambo, em Angola, cresceu nos subúrbios de Lisboa e tem dividido a sua vida entre a produção musical, a rádio e o vídeo. Um dos maiores nomes da atualidade, Batida já pisou os mais importantes palcos mundiais e foi distinguindo pela imprensa internacional como Guardian, XFM ou a BBC1, onde foi apontado como “o disco a ouvir” por Gilles Petterson.  Pedro Coquenão já fez parte da lista para Melhor Artista nos prémios da Revista Songlines e, o seu disco "Dois", foi nomeado para Melhor Álbum Indie Europeu nos Impala Awards.

Para encerrar da melhor forma esta primeira noite estará nos pratos o curador Carlos Cardoso. O radialista conta com uma carreira essencialmente dedicada a rádios de música. XFM, Antena 3, Voxx e atualmente na Oxigénio, como diretor e coordenador musical, sempre a divulgar as novas coordenadas musicais e acompanhar a cena local. O amor pela música e a necessidade quase compulsiva de partilhar alguns dos seus discos, fazem com que mantenha em paralelo à Rádio, a atividade de DJ. Já tocou em vários festivais de verão, clubes e também lá fora no Canadá, onde viveu uns anos. Os seus sets revisitam o mundo da música urbana, num espírito fusionista, fora dos habituais roteiros. Está no ar todas as tardes na Oxigénio - 102.6 FM Lisboa e encerra este ano a primeira noite do Palco NOS Clubbing.

Press Release: Everything is New

terça, 27 junho 2017 13:57

Aerosmith - Meo Arena - 26 Junho 2017

“Aero-Vederci Baby!” proporciona uma histórica lição de rock

Ao som de “O Fortuna” (excerto mais conhecido de “Carmina Burana”, obra-prima que o compositor Carl Orff ofereceu ao mundo em 1937), ainda antes da entrada em palco, observámos os momentos principais de quase 50 anos de carreira numa narrativa multimédia dos Aerosmith, isto após clássicos blues e rock serem escutados ainda de luzes acesas. Ei-los finalmente em palco, uma Meo Arena praticamente esgotada, a terceira vez em Portugal, depois de terem atuado na Praça de Touros de Cascais (1994) e no T99, no Estádio Nacional (1999), para a digressão Aero-Vederci Baby!, que dizem por um ponto final na carreira.

Com batom a desenhar um beijo feminino na cara, o vocalista Steven Tyler, de cabelo solto ao vento - uma ventoinha no extremo da língua de palco proporciona-o -, dança, rodopia com o microfone e salta como se tivesse novamente nos vintes. A restante banda - Tom Hamilton (baixo), Joey Kramer (bateria), Joe Perry (guitarra), Brad Whitford (guitarra) e Buck Johnson (teclados; músico contratado para a digressão) - acompanha-o na conquista de uma Meo Arena nem sempre fácil, dadas as questões acústicas (o que não seria de todo o caso na presente noite).

 “Let the Music Do the Talking” (com um excerto de "Draw The Line", do álbum homónimo de 1977), de "Done With Mirrors" (1985), "Nine Lives", do álbum homónimo (1997) e “Rag Doll”, de "Permanent Vacation" (1987) - com uma bela slide guitar - preparam o público para a magia de “Livin' on the Edge”, de "Get a Grip", (1993) - uma assombrosa versão, com pós-edição de fogo e uma derivação a la Doors, pelas árvores de um deserto americano.

Neste momento o público fora conquistado, pelo arranque em absoluto “melhor de”, cantava em uníssono e aplaudia com força enquanto a banda, estendia a música. Raras vezes a Meo Arena apresentou um som bem definido e poderoso, num convite a uma futura edição em dvd, bluray ou, pelo menos, a uma transmissão televisiva.

A cumplicidade de Tyler e Perry, comparável com a de Jagger e Richards (Rolling Stones) ou de Bruce Springsteen e Steven Van Zandt, está bem patente num tema como “Love in an Elevator”, de "Pump" (1989).

Em “Falling in Love (Is Hard on the Knees)”, de “Nine Lives” (1997), Joe Perry tem espaço para brilhar, rockar, solar e cantar, enquanto Steven Tyler exibe domínio na harmónica, um autêntico patrão do blues. Propõe-se uma viagem pelas raízes do rock, por vezes perto dos Guns N’ Roses - que vimos há semanas em Algés - ou mesmo dos Bon Jovi, mas também com uma execução brilhante dos temas “Stop Messin' Around” e “Oh Well”, dos fundamentais Fleetwood Mac.

Tyler ‘toca’ búzio e uma espécie de cabaça-maraca. Mais uma vez puxa por Perry. E o público não se faz rogado na aclamação do guitarrista. O vocalista regressa à harmónica num ambiente de pequeno clube para, desta feita sentados, por vezes em dueto com Perry, nos proporcionarem “Hangman Jury”, de "Permanent Vacation" (1987).

O ecrã - único e de assinaláveis dimensões - está agora a preto e branco, realçando o contraste com um belo arranjo de luzes. A bateria de Joey Kramer... seguríssima em “Seasons of Wither”, de "Get Your Wings" (1974).

O baixo de Tom Hamilton, devidamente apresentado por Tyler, como no jazz ou nas big bands, faz-se ecoar poderosamente no pavilhão, numa espécie de intro para “Sweet Emotion”, de "Toys in the Attic" (1975), um dos mais reconhecíveis da fase “sexo, drogas e rock n’ roll” dos ‘mauzões’ de Boston.

Com um conjunto de pedais verdadeiramente invejável, Perry brinca como gente grande, diverte-se e até a realização o coloca em espelho. ‘Respect’. Após um compasso de espera pedido por Tyler para reparar os auscultadores-monitores (o vocalista não usa monitores de palco, recebe o som diretamente nos auscultadores), improvisação dos músicos, por caminhos do blues, até chegarmos aos recantos obscuros de “Boogie Man”, mais um tema de "Get a Grip" (1993).

“Alguém tem um chapéu?” pede Tyler, que em seguida o recebe e usa durante “I Don't Want to Miss a Thing”, banda sonora do filme-catástrofe "Armageddon" (1998), entoada como se fosse a balada mais perfeita da história. Da mesma banda sonora tocam a excelente-versão-homenagem “Come Together”, um original dos Beatles, novamente em modo dueto Tyler/Perry, com um curioso episódio com um lenço dourado/leopardo que, graças à poderosa ventoinha, não se deixava arrumar.

Segue-se “Eat the Rich”, de "Get a Grip" (1993), tal como no álbum, a terminar com um “stop that shit”… e um arroto. A risada é geral. “Cryin'”, do mesmo disco, claramente o vencedor da noite, como noutros casos entoada por todos, proporcionou uma viagem à MTV dos bons velhos tempos (circa 1994), quando o airplay dos Aerosmith era constante. E isso talvez explique o caldeirão testemunhável de gerações - dos 20 aos 60 anos. Avós, filhos, netos. Transversal.

“Dude (Looks Like a Lady)”, de "Permanent Vacation" (1987), em que toda a banda canta, mais uma vez no limite da língua de palco, com Perry a aproveitar a ventoinha para se refrescar, de camisa aberta exibindo múltiplos fios, quase troféus, também eles a simbolizar a passagem do tempo.

Antes do encore, um piano é instalado em palco enquanto se entoam cânticos de futebol. Ganhamos consciência de que o final se aproxima, depois de quase duas horas de concerto. “São lindos, disse bem?” Yeah, responde o público à pergunta de Tyler. “Dream On”, tocado no citado piano de cauda branco por Perry, com Tyler e depois Perry em cima do tampo, a darem tudo, à vez. Um belíssimo momento. Seguido pela homenagem ao Mr. Soul, James Brown, “Mother Popcorn”, impecável, enquanto o piano saia de cena. Que vozeirão, Mr Tyler.

O final, com apresentação da banda, muitas palmas e danças endiabradas, fez-se ao som do clássico “Walk This Way”, de "Toys in the Attic" (1975), ainda que mais próxima da versão antológica a meias com os Run-D.M.C., algures entre o rock e o hip hop. Ficaríamos totalmente saciados se pudéssemos ter escutado “Janie's Got a Gun”, de "Pump" (1989), “Amazing” e “Crazy”', ambas de "Get a Grip” (1993), mas sinceramente temos poucas razões de queixa, uma vez que tivemos direito a um dos melhores e mais completos alinhamentos de uma digressão que deixará certamente saudades (edite-se esse registo fonográfico e videográfico para combater esta tendência dos diretos absurdos para o facebook com o telemóvel ao alto, constantes filmagens e fotografias com telemóveis, além do fenómeno palerma e perturbador das ‘selfies’...).

Convidados dos Aerosmith, os britânicos RavenEye apresentaram o álbum “Nova” (2016) perante uma Meo Arena ainda a meio gás. À hora marcada para o início do concerto (20:30), já o power trio de Oli Brown (voz e guitarra), Aaron Spiers (voz, baixo e guitarra) e Adam Breeze (bateria) terminava o segundo tema do alinhamento. Muse, Soundgarden - como referência - e algum hard fm no meio de humor britânico refinado - “tocaremos alguns temas do nosso disco de estreia, mas também não interessa nada dizer isto; vocês não nos conhecem, é a nossa estreia em Lisboa” -, foram o prato servido, quase sempre a rasgar, e em frequentes deslocações, esquerda, direita e na língua de palco, agarrando o público desde os primeiros minutos. “Come With Me”, “Hate” e o celebrado “Hey Hey Yeah”, foram alguns temas tocados.

Com garra de vencer, os RavenEye são bastante melhores ao vivo do que em disco. Freddie Mercury sentir-se-ia lisonjeado com a referência e Ozzy Osbourne apreciaria a capacidade de ‘rockarem’, com respeito, às cavalitas uns dos outros. Uma conquista total, com a força de vontade (e canções de estádio) dos que querem ser grandes. Uma imagem? Um vocalista, com boa voz, que toca guitarra usando apenas uma mão - a outra segura o micro; o baterista vem até ao público; o vocalista canta em cima da bateria, utilizando um dos micros da mesma. Aguardemos a próxima visita, uma vez que estes ‘miúdos’ que se confessam fãs dos Aerosmith poderão voar bem alto.

 

Alinhamento do concerto dos Aerosmith

- Let the Music Do the Talking (com excertos de "Draw The Line")

- Nine Lives

- Rag Doll

- Livin' on the Edge

- Love in an Elevator

- Falling in Love (Is Hard on the Knees)

- Stop Messin' Around (versão de um original dos Fleetwood Mac)

- Oh Well (versão de um original dos Fleetwood Mac)

- Hangman Jury

- Seasons of Wither

- Sweet Emotion

- Boogie Man

- I Don't Want to Miss a Thing

- Come Together (versão de um original dos Beatles)

- Eat the Rich

- Cryin'

- Dude (Looks Like a Lady)

 

Encore:

- Dream On

- Mother Popcorn (versão de um original de James Brown)

- Walk This Way

Texto: Filipe Pedro
Fotografia: Alexandre Antunes/Everything is New

Artistas portugueses unem-se em concerto solidário para com as vítimas dos fogos florestais

MEO Arena recebe concerto "Juntos Por Todos" a 27 de Junho, com transmissão ao vivo na RTP, SIC, TVI e em todas as rádios portuguesas.

No dia 27 de Junho, pelas 21h00, o Meo Arena recebe um concerto de homenagem às vítimas dos fogos florestais que continuam a lavrar em Pedrógão Grande e zonas limítrofes, e de angariação de receitas para reforço da ajuda às populações afectadas pela que é já considerada uma das maiores tragédias na história do nosso país. A receita obtida será entregue à União das Misericórdias Portuguesas.

"Juntos Por Todos" é uma iniciativa civil, co-produzida pela Sons em Trânsito, Nação Valente, MEO Arena, Blueticket, RTP, SIC e TVI, e artistas participantes: AGIR, Amor ElectroAna MouraAureaCamanéCarlos do CarmoCarminho, D.A.M.ADavid FonsecaDiogo PiçarraGisela JoãoHélder MoutinhoJoão GilJorge PalmaLuísa Sobral, Luís RepresasMatias DamásioMiguel AraújoPaulo GonzoPedro AbrunhosaRaquel TavaresRita RedshoesRui Veloso, Salvador Sobral Sérgio Godinho.

Os bilhetes já se encontram disponíveis em blueticket.pt e nos pontos de venda Fnac, Worten, El Corte Inglês, The Phone House, Pagaqui, ACP e Turismo de Lisboa, e têm as seguintes tipologias:

15€ - Bilhete Geral - único e sem marcação;

25€ - Bilhete Geral Extra - sem marcação, para quem pretende contribuir com um valor superior - Dá acesso aos mesmos sectores que o Bilhete Geral único e sem marcação de 15€;

15€ - Bilhete Donativo - para quem pretende contribuir mas não pode comparecer ao espectáculo - Não dá acesso ao espetáculo e pode ser adquirido em Portugal, nos locais habituais, e em qualquer parte do mundo, em blueticket.pt; foi criado para responder ao apelo da diáspora portuguesa e das muitas empresas que têm procurado formas de contribuir.

Para além das entidades co-produtoras, "Juntos Por Todos" conta com a imprescindível generosidade e solidariedade de inúmeras empresas e parceiros, que estão a colaborar de forma inteiramente gratuita e às quais a organização agradece.

MEO Arena e a Blueticket associam-se a esta causa oferecendo o seu espaço e serviços gratuitamente, nomeadamente a angariação e entrega das receitas à União das Misericórdias Portuguesas.

O evento conta com o Alto Comissariado da Fundação Calouste Gulbenkian.

O espírito solidário que se encontra na génese do evento sonhado pela Sons em Trânsito e pela Nação Valente, e desde logo apadrinhado por todos os artistas participantes, mobilizou a RTP, a SIC e a TVI, e todas as rádios portuguesas, garantindo a transmissão em directo para todos os portugueses residentes em Portugal continental, ilhas e um pouco por todo o mundo, através dos seus vários canais e plataformas online. É a primeira vez que todas as televisões e rádios portuguesas garantem uma cobertura conjunta de um espectáculo.

"Juntos Por Todos" conta com o contributo das editoras Sony Music Portugal, Universal Music PortugalValentim de Carvalho Warner Music Portugal na sua divulgação artística.

A organização aproveita a oportunidade "para agradecer comovidamente as centenas de outras ofertas espontâneas de participação de músicos e artistas no concerto. Infelizmente é impossível acolher todos, sendo que o evento a todos pertence, independentemente dos que subirem ao palco".

Press Release: Livecom/Sons em Trânsito

The Gift Dia 14 de julho - Palco Super Bock

Está completo o cartaz da 23ª edição do Super Bock Super Rock

13, 14 e 15 de julho de 2017
Lisboa, Parque das Nações

www.superbocksuperrock.pt | facebook.com/sbsr

Falta menos de um mês para o Super Bock Super Rock. De 13 a 15 de Julho, o Parque das Nações em Lisboa vai receber mais uma celebração da melhor música autêntica. Com nomes tão gigantes como Red Hot Chili Peppers, Future, Deftones, Fatboy Slim, entre outros, o cartaz completa-se com umas melhores bandas portuguesas das últimas duas décadas: The Gift vão espalhar a sua magia dia 14 de Julho, no Palco Super Bock.

https://www.facebook.com/TheGiftOfficial/

De Alcobaça para todo o país – e também para o mundo! É esse o percurso dos The Gift, verdadeiros pioneiros da música independente em Portugal. Especialista em juntar o melhor pop-rock à música eletrónica, a banda de Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, John Gonçalves e Miguel Ribeiro, conta, com vários discos, com a rara capacidade de conquistar tanto o grande público como a crítica especializada.

Os concertos são um dos pontos fortes da banda, marcados por uma energia contagiante e um desejo constante de surpreender o público. Já se apresentaram um pouco por toda a Europa, mas também nos EUA, Canadá, Austrália e até na Ásia. No Brasil e em Espanha os fãs são tantos que a banda portuguesa já se sente em casa.

Depois de alguns discos produzidos por Howie B e Ken Nelson, apresentam-nos agora aquele que a própria banda considera o álbum de uma vida: “ALTAR”. Produzido por Brian Eno e misturado por Flood, o disco tem dez canções, “feitas durante dois anos, pensadas ao longo de três e sonhadas ao longo de vinte e dois”. Canções que convidam à celebração do presente. Um convite para dançar muito e vibrar à luz de uma banda que não perde o entusiasmo de sempre. Lugar ideal para viver tudo isso? Dia 14 de Julho, no Palco Super Bock. Os The Gift são, assim, a peça que faltava de um convite irresistível. Está tudo a postos para que se realize mais uma edição histórica do Super Bock Super Rock.

Cartaz Completo:


13 de julho
Palco Super Bock – Red Hot Chili Peppers, The New Power Generation feat. Bilal,
Capitão Fausto

Palco EDP – The Legendary Tigerman, Kevin Morby, The Orwells, Boogarins,
Alexander Search

Palco Carlsberg – Tuxedo, Xinobi + Moullinex

Palco LG by SBSR.FM – Throes + The Shine, Manuel Fúria e os Náufragos,
Minta & The Brook Trout

14 de julho
Palco Super Bock – Future, London Grammar, The Gift

Palco EDP –  Pusha T, Língua Franca (Capicua + Emicida + Rael + Valete), Akua Naru, Slow J, Jesse Reyez

Palco Carlsberg - Celeste/Mariposa, Rocky Marsiano & Meu Kamba Sound, Beatbombers

Palco LG by SBSR.FM – NBC, Octapush, Keso

15 de julho
Palco Super Bock – Fatboy Slim, Deftones, Foster The People

Palco EDP – Seu Jorge “The Life Aquatic”: Tributo a David Bowie, Silva,
James Vincent McMorrow, TaxiWars, Silva, Bruno Pernadas

Palco Carlsberg – Monki, Marquis Hawkes, Magazino

Palco LG by SBSR.FM – Sensible Soccers, Black Bombaim, Stone Dead

 

Preço dos Bilhetes

Passe 3 dias - 109€
Bilhete Diário - 55€
Bilhete Diário VIP - 150€

(Bilhetes VIP garantem acesso ao frontstage do Palco Super Bock e do Palco EDP + acesso à zona reservada para convidados Super Bock)

Bilhete diário 13 de julho - ESGOTADO
Bilhete diário VIP 13 de julho - ESGOTADO
Fã Pack FNAC - ESGOTADO
Passe 3 dias VIP - ESGOTADO

Press Release: Música no Coração

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Sobre Nós

A paixão pela música e fotografia, conciliou para a criação deste site de fotojornalismo, feito com o total profissionalismo de quem pretende ajudar a criar uma página digna de quem procura notícias, fotos e vídeos dos melhores concertos em Portugal.

 

Registo ERC nº 125369
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19/06/2024

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